CAFÉ MITO DA UTOPIA

Galeria Aberta ao Deserto

Como reescrever a história no contexto da África Austral, onde esta é apagada, manipulada e alterada?
Cafe Mito da Utopia is a pop up gallery in the ruin of a colonial road maintenance house on the Southwest coast of Angola. A new iteration of tectonik.TOMBWA dedicated to recover the lost archive of the late Angolan anthropologist Augusto Zita N’gongwenho, who disappeared in the 80s in the wake of South Africa’s invasion, it brings together local and international researchers, artists, musicians and local communities to retrace Zita’s journey in the Namibe desert, study and exhibit his field notes and sketches and re-enact his radical research methodologies that challenge concepts of development and progress that cause social inequality and destructive impacts on the natural environment.

O que podemos aprender da Utopia?

Como podemos utilizar a nossa própria história e os nossos sistemas de conhecimento para contestar as versões ocidentais de verdade histórica?

O projeto de investigação de Augusto Zita intitula-se "Para uma antropologia da Utopia: formação de identidades utópicas", uma tese que estabelece uma ligação direta entre o expansionismo colonial europeu e a "Utopia", o livro escrito no século XVI pelo filósofo renascentista, o inglês Thomas More. O principal interesse de Zita nesta investigação foi o de explicar a história colonial do seu país, analisando de perto o que a motivou.

Voltando a Abraxa

More descreve a Utopia (pela voz do português, o marinheiro Rafael Hitlodeu) como uma ilha distante originalmente chamada Abraxa que havia sido conquistada pelo rei Utopus, que "teve o génio suficiente para humanizar uma população grosseira e selvagem e para formar um povo que presentemente ultrapassa todos os outros em civilização. Tendo-os logo subjugado, planeou separá-los. Para consegui-lo, ordenou que um canal profundo fosse cavado com quinze milhas de comprimento, e para que os indígenas não pensassem que os tratava como escravos, empregou também os seus próprios soldados''.
Zita viu ecos entre o destino de Abraxa e o projeto colonial no seu país. Sustentou o seu argumento com exemplos do sistema administrativo português e escolheu a estrada entre o Namibe e o Tombwa e as suas 6 casas de cantoneiros, construídas na segunda metade do século XX, como locais de pesquisa de campo. Para Zita, o deserto estava vivo.

O Deserto Está Vivo

Usando métodos científicos, bem como antigos sistemas de adivinhação derivados da crença animista de que toda a matéria está imbuída de uma essência espiritual, argumentou que tanto os seres humanos como os animais, plantas, o território, rochas, as areias do deserto e até os objectos e estruturas construídas pelo homem são animados por uma força vital viva e, por conseguinte, são testemunhas de acontecimentos que ocorreram no passado, dos que acontecem no presente e dos que irão acontecer no futuro.
Augusto Zita recolheu informação para análise posterior, fotografando répteis, insectos, plantas e as ruínas das casas de cantoneiros de todos os ângulos possíveis, explorando o deserto, seguindo as rotas do céu.

tectonik.TOMBWA – CAFÉ MITO DA UTOPIA
recebeu apoio financeiro da Prince Claus Fund e do Goethe Institut através do programa Cultural and Artistic Responses to Environmental Change.

O projeto recebeu apoio institucional do Governo Provincial do Namibe e da Administração Municipal do Tombwa em Angola.

Parceiros no Tombwa: Centro de Estudos do Deserto, Lev'Art Sector Tombwa.

A PangeiArt project in the
Namibe desert in the south
west coast of Angola.

www.pangeiart.org

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Rua do Massangano,
Edifício Anangola,
Luanda
Angola

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Loods 6
KNSM-laan 155
1019 LC
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